Olá William, obrigado pelo aparte.
Coloquei estes comentário para criar mais ciência em todos que há mais do que simples expressão pela sustentabilidade. Como disse o presidente da Nossa São Paulo, que o individualismo não é sustentável, pensar na comunidade é sustentável. Portanto, se a pedalada suscitou este sentimento comunitário, ponto para sustentabilidade.
Entendo que a pedalada objetivou sensibilizar, e estimular o sentimento comunitário e desenvolvendo esta empatia pelas pessoas do entorno do passeio. Desta maneira,vemos como exige uma postura mais responsável. Será que foi alcançado estes objetivos ? Mesmo sendo comemoração, acho que não podemos ser levianos a desconsiderar os impactos desta movimentação. Quanto a envolvimento dos atores econômicos locais, digo, lojistas, também faz parte desta sensibilização, em mudar a forma de atuar com o seu negócio, se pensar apenar no lucro ( individualismo ) será insustentável, se pensar na cultura e relacionamento com a comunidade ( pensamento comunitário ) será sustentável. E na cabeça de quem assiste a pedalada pode ser confundida com manifestação. Acho que grande parte dos que assistem, principalmente a comunidade local, não sabe o que é a WWF, o panda, e o que é pedalada, e o conceito de Massa Crítica, não saberia dizer se a virada sustentável está surtindo efeito. A pedalada pode ser considerado também como uma execução de um plano de comunicação da sustentabilidade, claro, não nos termos tradicionais. Talvez um marketing de relacionamento, pois o objetivo também é a criação e melhoria de relacionamento sustentável com a bicicleta, e a comunidade. Portanto, acho ingênuo pensar que isto seja apenas uma comemoração.
Apenas como exemplo, em Osasco, tem uma pedalada noturna dos OzBikers que saiu numa revista local chamado Viver Osasco na edição 18 de Abril/Maio. Por curiosidade, fui perguntar sobre essa pedalada a um lojista local, nenhuma surpresa: desconhecia a existência desta pedalada. Um outro exemplo, é de uma loja Pedal da Vila, na Vila Leopoldina, que é o oposto. Eles, bem não a loja, mas quem toca a loja, organiza pedaladas noturnas, desta forma cria relações entre clientes e fornecedores de forma mais sustentável, além de ações promocionais. Digo isto, porque a minha última bicicleta comprei nesta loja, e, eles tem uma ação de relacionamento interessante para a sustentabilidade. Portanto, a Virada da Sustentabilidade, deve incutir valores sustentáveis em toda comunidade. Como falei em fatos locais, a pedalada no centro histórico, que é palco da cracolândia, de projetos de revitalização como a Nova Luz, de ONGs para recuperação de dependentes químicos, de ocupações de sem-tetos/moradias, … Por isto, não consigo pensar nesta pedalada, ou até mesmo virada da sustentabilidade, como algo isolado do dia-a-dia da comunidade local. Digo isto, porque trabalhei na região, e vi parte desta realidade.
Creio que um movimento, pedalada, ou manifestação tenha que criar estes valores na comunidade, senão vai virar apenas um carnaval. O que vira objeto de consumo de massa, e portanto, explorações comerciais sem considerações sustentáveis.
Veja bem, estou comentando não como uma negação ao pedalada, que tem seus aspectos positivos que gostei muito, mas não há como ignorar os negativos que deve ser uma forma de estimular uma discussão mais saudável sobre o que fazemos e como podemos usar melhor essas nossa atividades. Espero ter melhorado o nosso entendimento sobre o porquê participamos das pedaladas. Nem sempre deixamos claro estas atitudes e intenções, que no futuro, pode haver um mal-entendimento, abuso de certas práticas, por uma falta de entendimento ou falta de aprendizado.
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